Existe uma diferença clínica e ética entre ambos

Harmonização peniana

Sempre é importante diferenciar o cuidado estético da genitália masculina (pênis) do procedimento chamado inapropriadamente de “harmonização peniana” por profissionais não médicos. Apenas um Urologista está apto para realizar tratamentos na genitália, que visam melhorar a auto-estima do homem. O Urologista está treinado tanto no cuidado pré-procedimento, durante o procedimento e após o procedimento, podendo tratar eventuais complicações que possam ocorrer, o que não seria possível com profissionais não habilitados no tratamento cirúrgico da genitália masculina.

Materiais discutíveis

Alguns profissionais não-médicos têm indicado procedimentos que fazem uso de materiais experimentais, pouco estudados ou não indicados para qualquer aplicação no pênis, como silicone industrial, placa de silicone, poli-metil-meta-acrilato ou PMMA, e outros produtos.

Resultados duvidosos?

Sabemos que caso ocorra uma complicação, clientes submetidos a “harmonização peniana” acabam procurando urologistas. Urologista poderá retirar esses produtos implantados, principalmente se ocorrer lesão grave da pele, retração da cicatriz, formação de nódulos por acúmulo desses produtos ou infecção.

Infelizmente, alguns profissionais que aplicam esses produtos, vão deixar os pacientes sem acompanhamento adequado e o urologista será o responsável pela reconstrução adequada da genitália.

Dr. Diego se especializou exclusivamente no atendimento de problemas urológicos associados a lesões associadas a traumas, cirurgias prévias ou de causas indeterminadas (Urologia Reconstrutora) e se encontra apto a tratamentos nestas áreas. Formado em Medicina pela UFMG, possui duas residências (Cirurgia Geral e Urologia), além de especialização em Urologia Pediátrica.

Atua em Urologia Reconstrutora desde 2015, sendo que sua vasta experiência permitiu que ele fosse aceito na principal sociedade de Urologia Reconstrutora do mundo, a GURS (Society of Genitourinary Reconstructive Surgeons). Atualmente cursa Doutorado em Cirurgia na UFMG.

Para os pacientes que me procuram, realizo uma avaliação individualizada. Em determinados casos indico tratamentos cirúrgicos, e esses procedimentos cirúrgicos acabam sendo indicados nas situações descritas abaixo. Já existem Urologistas habilitados na execução desse tipo de procedimento, sugiro que procurem um médico com boa formação nessa área.

Estética Genital

A estética genital seria uma tentativa cirúrgica de se reestabelecer um padrão visual, ao menos, próximo ao normal. A estética peniana tem sido um tema cada vez mais discutido na sociedade moderna, à medida que as preocupações com a autoimagem e a satisfação pessoal e sexual se tornam mais relevantes.

Embora a saúde e a função do pênis sejam aspectos primordiais, a estética também desempenha um papel importante na vida sexual e no bem-estar emocional de muitos homens, em alguns casos podendo gerar repercussões na auto-estima desses homens. Neste artigo, exploraremos diferentes aspectos da estética peniana, incluindo as preocupações comuns, as opções de melhoria disponíveis e as considerações éticas relacionadas a essas práticas. Existem algumas alterações adquiridas desde o nascimento (congênitas) ou durante a vida (adquiridas):

Congênitas

• Pênis embutido: embutimento por defeito da fixação da pele do pênis (prepúcio) no corpo do pênis, embutimento pode também ocorrer por aumento do volume da gordura da região pubiana;
• Pênis palmeado: ocorre quando a pele da bolsa testicular está fixada próximo à ponta do pênis;
• Transposição peno-escrotal: quando a bolsa testicular “abraça” o pênis na base dele;
• Hipospádia ou epispádia: são defeitos do correto posicionamento da saída do canal uretral no pênis. Desta forma, faz que o pênis fique com a uretra aberta no ventre ou dorso do pênis;
• Micropênis: defeito de desenvolvimento do pênis quando ele não se desenvolve de forma adequada. Pode acontecer associado a hipospádia/epispádia, distúrbio de diferenciação sexual (DDS) ou de forma isolada, na qual o não ocorrem outras alterações, apenas isolada no pênis, restringindo seu desenvolvimento.

Adquiridas

• Trauma peniano e/ou em bolsa testicular: ferimentos provocados em algum acidente pode provocar lesão de pele de pênis ou bolsa. Podemos citar mordedura por animais ou cortes ocorridos em acidentes de motos ou bicicletas;
• Infecção: processos infecciosos como na gangrena de Fournier (fasciíte necrotizante) podem levar a uma lesão grave da pele e tecidos abaixo dela em processos infecciosos graves;
• Uso prolongado de sondagem vesical de demora (cateter para coleta de urina): pode provocar lesão importante da pele do pênis pela compressão provocada pela “sonda”.
• Cirurgia: lesões provocadas por procedimentos cirúrgicos corretivos (amputação parcial por câncer, por exemplo) ou estéticos (“harmonização peniana”).

Preocupações comuns em relação à estética peniana:

1. Tamanho do pênis: Muitos homens podem expressar preocupações em relação ao tamanho do seu pênis, às vezes baseados em expectativas sociais ou comparações pessoais. É importante enfatizar que o tamanho do pênis varia naturalmente entre os indivíduos e não há um tamanho considerado “normal” ou “ideal” universalmente aceito. Caso o homem esteja incomodado com a espessura do pênis, podemos lançar mão do ácido hialurônico, através da técnica desenvolvida e patenteada há mais de 10 anos pelo Dr Paul Perito, o UROFILL™️. Este produto é a substância mais utilizada neste tipo de procedimento, que é realizado por médicos, após uma consulta, para avaliar a viabilidade do procedimento. Os resultados costumam ser temporários, durando em média de 12 a 18 meses, e podem ser necessários ajustes periódicos para garantir uma boa resposta do tratamento. Já o tratamento do comprimento peniano costuma ser mais agressivo, com cirurgias que exigem grande experiência do cirurgião, assim, os riscos e benefícios devem ser avaliados a cada caso.
2. Curvatura peniana: Uma curvatura excessiva ou indesejada do pênis pode causar desconforto ou insegurança em alguns homens. Em casos graves, pode indicar uma condição médica conhecida como doença de Peyronie, que requer avaliação médica adequada.
3. Assimetria ou irregularidades: Algumas pessoas podem notar assimetrias ou irregularidades estéticas no formato ou na aparência do pênis, como uma glande desproporcionalmente grande ou pequena, veias salientes ou áreas de pele mais escura. Embora essas variações sejam frequentemente normais e não representem problemas de saúde, mas podem afetar a autoestima. Alterações localizadas do pênis, como afilamento associado a uma curvatura adiquirida (conhecida como Doença de Peyronie) podem, em alguns casos, ser também tratada com UROFILL™️, gerando uma resposta estética bastante satisfatória.

Considerações éticas:

É importante reconhecer que a estética peniana é um tema altamente sensível e pessoal. Os profissionais de saúde devem abordar essas preocupações com empatia e oferecer suporte adequado aos pacientes. Além disso, é crucial que as opções de melhoria estética sejam discutidas de forma realista, enfatizando os riscos, os benefícios e as limitações de cada procedimento.

Cada caso é avaliado de forma individualizada, cada tratamento é indicado com prudência, não sendo realizados procedimentos em homens que não tenham indicação de um eventual tratamento.

Conclusão:

A estética peniana desempenha um papel significativo na vida sexual e na autoimagem de muitos homens. Embora haja várias opções disponíveis para melhorar a estética peniana, é essencial considerar as implicações médicas, éticas e psicológicas envolvidas. Ao buscar qualquer forma de melhoria estética peniana, é fundamental consultar um profissional médico qualificado, como o Urologista, que possa oferecer orientações personalizadas com base nas necessidades e nos desejos individuais de cada paciente.

Não arrisquem sua saúde sexual em procedimentos que não são reconhecidos pelas sociedades de Urologia pelo mundo. Se tem dúvidas sobre “harmonização peniana”, ou melhor, avaliação estética do pênis, procure um Urologista.

Dr. Diego é especialista em Urologia Reconstrutora e Urologia Pediátrica, autor de artigos, aulas em Congressos e capítulos de livros, como: Pênis Embutido e outras  alterações do pênis. In: CALADO, Adriano; et al. Manual de Uropediatria. 1. ed. Rio de  Janeiro: SBP/SBU, 2019. p. 334-350.