Devido à dificuldade na abordagem e resultados, muitas vezes, conflitantes, as fístulas urinárias provam ser um grande estímulo para a busca das melhores técnicas na cirurgia urológica. Devemos entender quais são essas condições antes de iniciarmos o tratamento adequado.
Fístulas são túneis anormais que se formam entre dois órgãos que normalmente não deveriam ter comunicação entre eles. Aqui vamos falar das fístulas urinárias, sendo as mais comuns aquelas que ocorrem entre a bexiga e a vagina, a bexiga e o reto e entre a uretra e a pele.
Dr. Diego Oliveira faz cirurgia de fístula urinária?
Sim, faz!
Dr. Diego se especializou exclusivamente no atendimento de problemas urológicos associados a lesões associadas a traumas, cirurgias prévias ou de causas indeterminadas (Urologia Reconstrutora) e nas doenças urológicas diagnosticadas na infância (Urologia Pediátrica ou Infantil) e se encontra apto a tratamentos nestas áreas. Formado em Medicina pela UFMG, possui duas residências (Cirurgia Geral e Urologia), além de ser especialista em Urologia Reconstrutora e Urologia Pediátrica.
Atua em Urologia Reconstrutora desde 2015, sendo que sua vasta experiência permitiu que ele fosse aceito na principal sociedade de Urologia Reconstrutora do mundo, a GURS (Society of Genitourinary Reconstructive Surgeons). Atualmente cursa Doutorado em Cirurgia na UFMG.
Causas de fístula urinária
Diferentes situações podem levar ao surgimento de fístulas urinárias:
* Trauma: alguns acidentes graves podem forçar alguma comunicação inadequada entre dois órgãos;
* Infecção: pode levar a formação de úlceras entre órgão em contato entre si, como uretra e pele;
* Câncer: Doenças malignas na região pélvica, como câncer de colo do útero ou câncer de cólon, podem causar fístulas urinárias;
* Doença inflamatória intestinal: Doenças inflamatórias, como doença de Crohn ou diverticulite, podem lesão a formação de comunicação entre bexiga e intestino, devido a inflamação que pode se formar entre eles;
* Cirurgia: Lesões na bexiga durante cirurgias abdominais ou pélvicas, como histerectomia ou cesariana, podem resultar em formação de canais que não deveriam existir;
* Radiação: A radioterapia para câncer pélvico pode tornar o tecido fino e frágil, aumentando o risco de desenvolvimento de fístulas urinárias.
Além disso, algumas fístulas podem ser congênitas, ou seja, presentes desde o nascimento, mas só se tornarem aparentes ao longo do tempo.
Diagnóstico de fístula urinária
O diagnóstico das fístulas urinárias é feito através de uma conversa cuidadosa com o paciente, exame físico detalhado e a realização de exames complementares, como ultrassonografia, uretrocistografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Esses exames ajudam na determinação da localização e comprimento das fístulas, sendo fundamental para o planejamento adequado do tratamento.
Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma cistoscopia, que é um exame que permite ao médico visualizar a bexiga e a uretra através de um tubo fino com uma câmera na ponta.
Sintomas de fístula na bexiga
Além de fístula na bexiga, os sintomas abaixo podem aparecer nas fístulas de ureter e da uretra.
Os sintomas de uma fístula urinária podem variar dependendo da localização da fístula. Algumas pessoas podem não apresentar nenhum sintoma, enquanto outras podem sentir:
* Dor
* Secreção de urina na pele (como na fístula da uretra)
* Sangue na urina
* Infecção urinária repetida
* Dificuldade para urinar
*Saída de urina pela vagina ou pelo ânus
*Fezes ou gás misturado na urina
Tratamento da fístula urinária
O tratamento das fístulas urinárias pode ser difícil e depende do tamanho, localização e causa da fístula. Em alguns casos, fístulas pequenas podem cicatrizar sem cirurgia, com medidas conservadoras, como a colocação de uma sonda urinária por um tempo suficiente para permitir o fechamento da lesão.
No entanto, fístulas maiores, ou aquelas que não respondem a tratamentos conservadores, geralmente precisam de intervenção cirúrgica. Assim, o tratamento desse tipo de doença pode depender da localização e extensão da fístula, a idade e condição geral de saúde do paciente e a experiência do cirurgião.
Cirurgia
A cirurgia para fístula pode ser realizada de diferentes formas. A cirurgia aberta é uma opção tradicional, onde é feito um corte na região afetada para acessar e reparar a fístula. Porém, com os avanços tecnológicos, a cirurgia laparoscópica (por vídeo) e robótica (laparoscopia auxiliada por robô) têm se mostrado opções cada vez mais viáveis e eficazes no tratamento das fístulas urinárias.
Cirurgia laparoscópica
A cirurgia laparoscópica é pouco agressiva e envolve a realização de pequenas incisões na região abdominal, através das quais são inseridos instrumentos cirúrgicos e uma câmera de vídeo. Essa câmera permite que o cirurgião tenha uma visão ampliada e em alta definição do local da fístula, facilitando o reparo preciso da mesma.
Cirurgia robótica
Já a cirurgia robótica é uma evolução da laparoscopia, onde o cirurgião controla os instrumentos robóticos de forma precisa e detalhada a partir de uma console. Os robôs cirúrgicos proporcionam maior destreza e mobilidade dos instrumentos, tornando possível realizar suturas (“dar pontos”) complexas mais facilmente, o que é muito vantajoso no tratamento de fístulas urinárias, que podem ser delicadas e exigir uma abordagem cuidadosa.
Além disso, tanto a cirurgia laparoscópica quanto a robótica têm a vantagem de causar menos trauma aos órgãos ao redor da doença, resultando em menor dor pós-operatória, menor tempo de internação hospitalar e recuperação mais rápida para o paciente.
No entanto, temos que dizer que nem todos os casos de fístulas urinárias podem ser tratados apenas com abordagens minimamente invasivas. Em alguns casos mais complexos ou recorrentes (aqueles que a doença retorna após cirurgias), pode ser necessário recorrer à cirurgia aberta para garantir um reparo adequado e efetivo da lesão. Em alguns casos devemos colocar algum tecido (como um músculo) no meio do canal da fístula.
Recuperação da cirurgia para fístula
Após a cirurgia, o paciente precisará ficar no hospital por alguns dias. O paciente também precisará tomar antibióticos para prevenir infecções. A recuperação após uma cirurgia para tratamento de fístula urinária pode variar de acordo com o tipo e complexidade da fístula, bem como a técnica cirúrgica utilizada.
Normalmente, o afastamento das atividades pode ocorrer entre 2 a 8 semanas, sendo que, nesse período, pode ser necessário. É importante seguir as orientações do médico responsável pelo tratamento para garantir uma recuperação adequada.
Busque ajuda para fístula urinária!
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando esse problema, é fundamental procurar um Urologista experiente, que poderá realizar uma avaliação adequada e indicar o melhor tratamento para cada caso específico. Lembre-se de que cada paciente é único, e o tratamento das fístulas urinárias deve ser personalizado para garantir os melhores resultados possíveis.
https://www.tgh.org/institutes-and-services/conditions/urinary-fistulas